Familiares protestam contra morte de jovens

Familiares protestam contra morte de jovens em Macaé


Um grupo de pessoas realizou uma manifestação no início da tarde desta quarta-feira (20), em Macaé, contra a morte de dois jovens na última sexta-feira (15). Familiares e amigos de Richard W. Ferreira Alencar, 18 anos, e um adolescente, de 17 anos, saíram da comunidade Nova Holanda e caminharam até a Câmara Municipal de Macaé, localizada no Centro da Cidade.
A polícia afirma que os jovens tentaram reagir a uma abordagem policial, porém, de acordo com informações de parentes, os meninos estavam apenas com bermudas e chuteiras de futebol quando foram atingidos por tiros disparados por policiais.
Segundo testemunhas, as vítimas não tiveram tempo de se defender. ”Foram três tiros de fuzis nas costas do meu filho. Não podemos deixar pra lá. Queremos justiça. Estamos cansados de tanta violência. Queremos paz e segurança”, alegou a mãe do Richard, Rosangela Lima.
De acordo com Rosangela, as manifestações continuam porque a polícia do município precisa de preparo para entrar nas comunidades.
- Não pode é atirar em qualquer pessoa, sendo inocente. Primeiro precisa identificar para depois prender. Porque nós pagamos os impostos, até mesmo os salários deles para a polícia fazer a proteção. E não sair matando os nossos filhos – disse.
Uma testemunha que preferiu não se identificar afirmou que os policiais já chegaram atirando. As famílias das vítimas pediram ajuda aos vereadores e esperam uma ordem das autoridades para realizar a investigação minuciosa sobre a irresponsabilidade da falta de preparo da polícia de Macaé.
- Sempre quando entrarem não pode esquecer que são pessoas humanas que moram nas comunidades. Eles entram atirando, sem perguntar e depois que matam um inocente, vêem que fizeram algo errado, colocam dentro do carro e depositam em qualquer lugar. E não é assim. Queremos justiça e nossos filhos não podem ser chamados como delinquentes, pois não é verdade. A justiça que pedimos pode ser feita por homens, mas a mãos de Deus é muito pesada – acrescentou Rosangela.
De acordo com o vereador e membro da Comissão dos Direitos Humanos, Júlio César de Barros (PMDB), houve uma execução, pois os jovens não mostraram nenhuma resistência.
- Pelas características das pessoas que foram executadas não mostraram nenhuma resistência à ação da polícia. Em menos de 40 dias já foram mais de 12 pessoas assassinadas nas comunidades. A polícia tem chegado às comunidades com muita turbulência, mas que façam seu trabalho respeitando as pessoas – explicou.
Segundo Julinho, na próxima semana entrará em contato com a Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa para ajudar nesta ação.
- Deve despertar a população macaense para informar que a comunidade é construída com trabalhadores. E o problema que há em Nova Holanda, Nova Esperança, Malvinas entre outras, já existe no país. O cidadão deve ser respeitado. Tenho certeza que neste caso não vai ficar impune, e que a partir de agora, a polícia faça o seu trabalho de uma forma decente – complementou Julinho.
A versão da PM
A Polícia Militar alegou que quatro pessoas foram mortas em uma troca de tiros entre policiais e supostos traficantes na comunidade Nova Holanda, na noite de sexta-feira (15).  De acordo com a polícia, os suspeitos, a fim de resistir à ação, passaram a atirar com armamentos de vários calibres. A polícia ainda informou que vai analisar o caso e deve iniciar um inquérito interno para apurar o ocorrido.
Da Redação

Fonte: Macaé News (www.macaenews.com.br)
Foto: Macaé News

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