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Roupinol vivo ou morto?



FOI DIVULGADO PELO SITE SOBRE O PARA DEIRO DE ROGÉRIO http://www.robertatrindade.com.br/?p=4376
Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, 36 anos
A dois dias do primeiro mês de morte do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, 36 anos, a mudança de identidade – tática comum a criminosos da facção Amigos dos Amigos (ADA), a qual ele era ligado – foi descartada com a divulgação das fotos do bandido morto. A suspeita chegou a surgir, entre comparsas de Roupinol – também conhecido como Lindão e Macaé – depois do velório realizado a portas fechadas e da proibição a pessoas que não fossem familiares de acompanhar o enterro.

Considerado um dos traficantes mais procurados do Rio, Roupinol era natural do Complexo das Malvinas, que é formado pelas favelas Nova Holanda, Santanna e Aroeira, localizadas em Macaé. Acusado de ser o principal distribuidor de drogas na cidade do Norte Fluminense, ele cumpriu parte da pena a que foi condenado na Penitenciária Lemos Brito, no Complexo da Frei Caneca, onde conheceu Sandro Luís de Paula Amorim, o Lindinho, Peixe ou Foca, 33 – nascido e criado no Morro da Mineira, no Complexo de São Carlos, no Estácio. Os dois criaram um forte vínculo de amizade na cadeia e, quando Lindinho deixou a prisão, em junho de 2002, Roupinol lhe atribuiu a responsabilidade de controlar as bocas-de-fumo nas favelas de Macaé.
Beneficiado com a liberdade condicional dois anos depois – em dezembro de 2004 -, Lindão passou a ser considerado foragido da Justiça em março de 2007, quando a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha de traficantes que mantinha uma refinaria de cocaína no município de Conceição de Macabu, na região norte do Estado do Rio. O laboratório tinha capacidade para refinar de 10 a 15 quilos de pasta base de cocaína por mês – droga que era enviada para as bocas-de-fumo dos complexos das Malvinhas e de São Carlos – composto pelos morros São Carlos, Mineira, Querosene e Zinco.
Batizada como “Morpheu”, a operação envolveu 230 agentes federais e 70 viaturas e ocorreu simultaneamente em vários estados. Foram presas 11 pessoas em Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro. Ao todo, a Polícia cumpriu 40 mandados de prisão e alguns deles eram contra Lindinho e Lindão. Com a operação da PF, Roupinol deixou sua cidade natal e encontrou abrigo oferecido por Lindinho no Complexo do São Carlos. Ele ganhou prestígio no Morro da Mineira após pagar o resgate do traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho ou Lindomar, 31. Sobrinho do traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, morto aos 35 anos, em 2004, durante confronto com a Polícia Civil, ele teria sido seqüestrado por policiais, que exigiram dinheiro em troca da liberdade do criminoso.

A partir daí, Roupinol passou a controlar todo o Complexo de São Carlos e se transformou na principal liderança, em liberdade, da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) – cujo líder, Edmílson Ferreira dos Santos, o Sassá, Coroa ou Samuca, 38, está preso. Além de ser apontado como maior fornecedor de cocaína para as bocas-de-fumo controladas pela ADA, Roupinol é apontado como o mandante do assassinato de três moradores do Morro da Providência, no Centro do Rio, em junho de 2008. Os jovens Marcos Paulo Rodrigues Campos, 17, Wellington Gonzaga da Costa Ferreira, 19, e David Wilson Florêncio da Silva, 24, foram seqüestrados por soldados do Exército e entregues ao traficante, que autorizou a execução para que não restassem testemunhas. O traficante também é acusado de envolvimento em outros seis homicídios. Um deles, é o do secretário Transportes de Macaé, Fernando Magalhães – morto aos 56 anos, em agosto de 2006.

Procurado pelas polícias Federal e Civil, tendo mais de 28 mandados de prisão expedidos contra si, Roupinol foi surpreendido no interior de uma casa no Morro do São Carlos, no dia 23 de março. A operação que terminou com a morte do principal fornecedor de drogas do Rio foi resultado de uma investigação minuciosa que durou pouco mais de dois anos e revelou o talento extraordinário que o traficante tinha para transformar cocaína em dinheiro.
Para dissecar as finanças do bando, os agentes usaram uma estratégia engenhosa. Identificaram um a um e monitoraram os compradores dos insumos utilizados no refino da pasta base oriunda de países como a Bolívia e a Colômbia que chegava até as mãos da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), que domina o tráfico no Complexo do São Carlos e também na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.
Só no mês de janeiro deste ano, de acordo com as investigações, a venda de cocaína no Morro da Mineira, favela “arrendada” por Roupinol, garantiu um faturalmento de mais de R$ 3 milhões. A fortuna financiava a compra de armas, subornos a policiais, guerras com facções rivais e até campanhas políticas.

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